segunda-feira, 14 de julho de 2008

Três meses de luta

Milhares de trabalhadores e lojistas de Santo Amaro completaram, no início do mês de julho, três meses de muita luta, protestos e mobilização a favor da reformulação do projeto da estação Adolfo Pinheiro da linha 5 – Lilás do metrô. Organizados na Associação Santo Amaro em Ação, com sede na Galeria Borba Gato, não somos contra a ampliação do metrô na região, mas questionamos o porquê de tantas desapropriações e a alteração do projeto desta linha que, até janeiro deste ano, previa apenas uma estação onde hoje o Metrô quer construir duas.


Tudo começou quando os trabalhadores ficaram sabendo que o governador tinha assinado um decreto para desapropriação de centenas de imóveis para a utilização deste espaço para o canteiro de obras da estação Adolfo Pinheiro do metrô. Milhares de pessoas que trabalham neste espaço, muitas delas há décadas, não foram consultadas sobre as obras e receberam, de surpresa, a notícia de que seriam despejadas até o mês de setembro.


Ao todo são 40 mil m2, ou quase dois quarteirões inteiros, de área a ser desapropriada na Av. Adolfo Pinheiro, onde estão alojados 147 imóveis, dentre eles a galeria Borba Gato com 98 lojas, um supermercado, academia, agências bancárias e dos correios, escola de inglês, uma empresa de call- Center , além do prédio do ambulatório da Santa Casa de Santo Amaro. Isso mesmo! Sem qualquer estudo da área, o metrô quer desapropriar um prédio onde são atendidas cerca de 1.700 pessoas por dia e ceifar o emprego de 5.000 pessoas.


E tudo isso para que? Para ter ali um espaço gigantesco para um canteiro de obras. Tal área é o equivalente à estação Sé do metrô, que liga as duas linhas mais extensas da cidade. O metrô até hoje não deu uma explicação plausível para esta medida e a busca pela resposta já dura todos estes meses.

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