terça-feira, 22 de julho de 2008

Associação NÃO aceitou proposta do Metrô

Desmentindo nota divulgada pelo Metrô de que a Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiro teria aceitado a proposta feita pelo Metrô em reunião na manhã desta terça-feira, dia 22.07.2008, a ALTAP esclarece que a proposta NÃO foi aceita e que uma reunião entre os desapropriados está sendo feita agora à noite, na Galeria Borba Gato para decidir qual o destino do movimento.

Em encontro realizado no teatro Paulo Eiró na manhã desta terça-feira, o Metrô apresentou uma mudança do projeto da estação Adolfo Pinheiro. A alteração visa a minimização dos prejuízos da Galeria Borba Gato que, durante o período das obras, utilizaria o espaço de um banco para alojar as lojas que seriam destruídas para a alteração do traçado da Av. Adolfo Pinheiro. Ao final da construção, a Galeria seria reconstruída da forma como está hoje. Para os outros imóveis, o que inclui uma empresa de call-center, um supermercado, agência bancária, academia, cursinho pré-vestibular, agências dos correios, dezenas de outras lojas e o ambulatório da Santa Casa; nenhuma solução foi apontada.

O problema é que a ALTAP não representa apenas os lojistas da Galeria Borba Gato, mas também todos os trabalhadores da Av. Adolfo Pinheiro. A alteração proposta pela Companhia do Metropolitano de São Paulo soluciona o problema apenas de uma pequena parte dos 10 mil trabalhadores que perderão o emprego com as desapropriações.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Reunião decisiva!

Depois de muito aguardarmos, o representante do governo, deputado Barros Munhoz, marcou para esta terça-feira (22/07/2008), às 10h, um encontro que reunirá o Metrô, governo e a Associação. Esta reunião, a ser feita no teatro Paulo Eiró, discutirá a localização da estação Adolfo Pinheiro, extensão da Linha 5 – Lilás e uma possível alteração do projeto.


Não percam:


Data: 22/07/2008
Horário: 10h
Local: teatro Paulo Eiró, em Santo Amaro

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Record noticia escândalo do projeto do metrô

A TV Record trasmitirá, no jornal das 18h desta sexta-feira (18/07/2008), uma matéria sobre o escândalo do projeto da estação Adolfo Pinheiro do metrô e da extensâo da Linha 5 - Lilás, com desapropriações de áreas gigantescas e especulação imobiliária.

Confiram!!!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Trabalhadores de Santo Amaro protestam contra desapropriações

Cerca de 400 pessoas, segundo estimativas da PM, realizaram uma passeata de uma hora e meia na Av. Adolfo Pinheiro em protesto contra as 147 desapropriações que o Metrô pretende fazer na região de Santo Amaro para a construção de um canteiro de obras da futura estação Adolfo Pinheiro, expansão da linha 5 – Lilás.

Esta foi a terceira vez, nos últimos três meses, que a Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiro (ALTAP) leva suas reivindicações às ruas do bairro. Todas com um único objetivo: conscientizar a população e reivindicar respostas do Governo do Estado, da Prefeitura e do Metrô sobre os motivos da desapropriação de uma área de 40 mil m2, ou o mesmo que a área da estação Sé. A medida pega quase dois quarteirões inteiros da Av. Adolfo Pinheiro, entre as ruas Isabel Schmidt, Padre José de Anchieta, Antônio Bento e São Benedito.

Desta vez, ao invés de ficarem concentrados em frente à Galeria Borba Gato, um dos imóveis da lista, os manifestantes percorreram, em trajeto de 400 metros, ida e volta, da avenida até o Largo Treze, onde outras desapropriações podem ocorrer. “A área já anunciada está destinada somente à construção de um mega canteiro de obras, mas não foram divulgadas amplamente as desapropriações necessárias para a construção da estação e de túneis de ventilação. Outros comerciantes do Largo Treze já começaram a receber discretamente pedidos de desocupação”,afirma Regina Büttner, presidente da ALTAP.

A medida do Metrô, anunciada sem qualquer discussão com a sociedade, ceifará 5 mil empregos diretos e milhares de outros indiretos das centenas de lojas, supermercado, escola de inglês, cursinho pré-vestibular, academia, empresa de call-center, agência dos correios e bancária que estão na lista de imóveis a serem desocupados. O sistema de saúde do bairro também será afetado, já que o prédio do ambulatório da Santa Casa, que atende 1.700 pessoas por dia, também será afetado.

Políticos comparecem e reunião com governo é confirmada

Desde que começou o movimento dos trabalhadores, políticos, entre deputados estaduais e vereadores da cidade, de diversos partidos como PV, PSOL, PT, PDT já aderiram à causa. No protesto desta quinta-feira, dia 17, o deputado estadual pelo PSOL, Carlos Giannazi, destacou a importância do movimento para continuar pressionando o governo, a prefeitura e o Metrô.

O deputado anunciou também a confirmação de reunião entre o deputado Barros Munhoz (representante do governo), Metrô, e as Associações dos trabalhadores do bairro para discutir a localização da estação Adolfo Pinheiro e uma possível alteração do projeto. O encontro está marcado para a próxima terça-feira, dia 22 de julho, às 10h, no teatro Paulo Eiró.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Manifestação na Adolfo Pinheiro

Data: 17/07/2008 (quinta-feira)
Horário: 15h30
Local: concentração na Av. Adolfo Pinheiro, n. 384

A Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiro está organizando uma manifestação para esta quinta-feira, dia 17, em protesto contra a reurbanização forçada e predatória que o Metrô - com o apoio do prefeito e do governador de São Paulo - pretende implementar no bairro de Santo Amaro com desapropriações de áreas gigantescas, destruição de patrimônio histórico do bairro e expulsão de pequenos e médios comerciantes da região.

A concentração se dará no número 384 da Adolfo Pinheiro e irá em direção ao Largo Treze.

Junte-se a nós neste protesto!!!

Lista de desapropriações

Veja a lista das desapropriações anunciadas em abril de 2008 no link:

http://www.metro.sp.gov.br/expansao/lilas/desapropriacoes/relacao.shtml

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Três meses de luta

Milhares de trabalhadores e lojistas de Santo Amaro completaram, no início do mês de julho, três meses de muita luta, protestos e mobilização a favor da reformulação do projeto da estação Adolfo Pinheiro da linha 5 – Lilás do metrô. Organizados na Associação Santo Amaro em Ação, com sede na Galeria Borba Gato, não somos contra a ampliação do metrô na região, mas questionamos o porquê de tantas desapropriações e a alteração do projeto desta linha que, até janeiro deste ano, previa apenas uma estação onde hoje o Metrô quer construir duas.


Tudo começou quando os trabalhadores ficaram sabendo que o governador tinha assinado um decreto para desapropriação de centenas de imóveis para a utilização deste espaço para o canteiro de obras da estação Adolfo Pinheiro do metrô. Milhares de pessoas que trabalham neste espaço, muitas delas há décadas, não foram consultadas sobre as obras e receberam, de surpresa, a notícia de que seriam despejadas até o mês de setembro.


Ao todo são 40 mil m2, ou quase dois quarteirões inteiros, de área a ser desapropriada na Av. Adolfo Pinheiro, onde estão alojados 147 imóveis, dentre eles a galeria Borba Gato com 98 lojas, um supermercado, academia, agências bancárias e dos correios, escola de inglês, uma empresa de call- Center , além do prédio do ambulatório da Santa Casa de Santo Amaro. Isso mesmo! Sem qualquer estudo da área, o metrô quer desapropriar um prédio onde são atendidas cerca de 1.700 pessoas por dia e ceifar o emprego de 5.000 pessoas.


E tudo isso para que? Para ter ali um espaço gigantesco para um canteiro de obras. Tal área é o equivalente à estação Sé do metrô, que liga as duas linhas mais extensas da cidade. O metrô até hoje não deu uma explicação plausível para esta medida e a busca pela resposta já dura todos estes meses.

contatos da Associação

A Associação está com e-mail novo.

Além do altap2008@yahoo.com.br , agora também há um do hotmail: stoamaroacao@hotmail.com .

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Metrô sim, desapropriações não!!!

Tentando desmoralizar o movimento dos santamarenses, muitos políticos e entidades sociais afirmam que nossa luta é contra o metrô na região. Muito pelo contrário! A chegada do metrô já era esperada há 40 anos por todos nós, desde que o bonde “Santo Amaro – Praça João Mendes” foi desativado em 1968, para a implantação da que seria a primeira linha do metropolitano de São Paulo. Algumas mudanças no projeto da linha 5 –Lilás feitas de última hora – ainda no início de 2008 – e sem qualquer consulta prévia com a população desencadearam a luta da Associação. Uma batalha em defesa dos interesses do bairro de Santo Amaro.

Entenda o caso

No dia 8 de abril de 2008, o governo Estadual divulgou uma lista com 147 imóveis de dois quarteirões da Av. Adolfo Pinheiro entre as ruas Isabel Schmidt, Padre José de Anchieta, Antônio Bento e São Benedito (uma área de 40 mil m2) que seriam desapropriados para a construção da futura estação Adolfo Pinheiro da Linha 5 – Lilás do metrô.

Sem qualquer consulta prévia feita com a população do local, a notícia do iminente despejo, datado inicialmente para o mês de setembro, caiu como uma bomba para lojistas e trabalhadores dos estabelecimentos listados, muitos deles há mais de 30 anos no local. Entre os imóveis estão a galeria Borba Gato com quase cem lojas, supermercado, academia, cursinho pré-vestibular, empresa de call-center, agência bancária e dos correios, academia, clínicas médicas e odontológicas, que geram 10 mil empregos direta e indiretamente.

Contra esta atitude do Metrô, autoritária e de interesses duvidosos, a população do bairro de Santo Amaro se uniu nestes últimos meses e passou a questionar o Metrô, em defesa dos interesses de Santo Amaro. Desde o começo do movimento, procura-se esclarecer a posição dos manifestantes: não somos contra a chegada do metrô, reconhecida por todos como a única alternativa para o fim do caos do trânsito na cidade de São Paulo e na região sul da cidade, mas somos a favor da mudança do local da estação.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Conheça a história da Galeria Borba Gato

GALERIA BORBA GATO
PATRIMÔNIO DE SANTO AMARO
(Avenida Adolfo Pinheiro, nº 384, Santo Amaro, São Paulo - SP – CEP: 04734-000)

Criada em uma área livre que as crianças do bairro de Santo Amaro utilizavam para brincadeiras, a galeria Borba Gato começou a ser construída em 1961. A idéia de juntar vários estabelecimentos comerciais num mesmo lugar foi trazida pelos imigrantes alemães e italianos que vieram para o bairro, mais antigo que a própria cidade de São Paulo.

A construção do empreendimento foi concluída somente no ano de 1964 e foi atribuída a ele este nome em referência à estátua de Borba Gato, inaugurada no ano anterior, em homenagem ao IV centenário de Santo Amaro. Em 28 de julho do ano de 2008, a galeria com o nome do bandeirante paulista completará 47 anos de história, a contar desde o início da construção.

Uma história que foi iniciada pela boutique Paris-Roma, primeira loja a ser montada no local. Outros estabelecimentos seguiram a boutique e em pouco menos de oito anos todas os 98 espaços da galeria estavam ocupados. Muitas destas lojas continuam fazendo a história da galeria até hoje, como a papelaria Alcântara, cujo dono está na local há 41 anos; a Pastelaria Hong Kong, com 43 anos; o Instituto de Beleza Flôr de Lis, também com 43 anos; a ótica Boavista, com 40 anos; e a boutique Liége, com 38. Também na galeria foi montado o primeiro cinema da região, com capacidade para 750 espectadores.

Naquela época não havia ainda na cidade nenhum shopping center, nem mesmo o Iguatemi, e o novo conceito de comércio introduzido em Santo Amaro atraía gente de todas as partes da cidade, como Chácara Flora, Brooklin e Granja Julieta. Era um tempo em que ainda passava o bonde Santo Amaro – Praça João Mendes pela Av. Adolfo Pinheiro. Ele só foi desativado em 1968, com a promessa de que viria para a região um transporte mais moderno: o metrô, que teria na região Sul a primeira linha da cidade de São Paulo.

O metrô não chegou, mas o quarteirão onde está a galeria se desenvolveu e mostrou ter uma vocação comercial. Hoje estão instalados nesta quadra bancos, agência dos correios, academia, escola de idiomas, clínicas médicas e supermercado. Isso sem levar em conta a quase centenária quantidade de estabelecimentos da galeria: são salões de beleza, pastelaria, lotérica, lanchonetes, papelaria, butiques, óticas, loja de CDs de música, de eletrônicos, de celulares, de moda masculina e feminina, escritórios de advocacia, consultório odontológico, auditório, etc.

A galeria passou ainda por uma reforma em 1995, quando foi totalmente coberta, criada uma nova escada de acesso às salas do pavimento superior e o piso foi trocado, mas a arquitetura foi mantida. É este patrimônio de Santo Amaro, junto com as centenas de empregos mantidos neste local que queremos preservar.

Quase meio século de história

Em julho deste ano, a Galeria Borba Gato completará 47 anos. São 47 anos de um projeto que marcou presença no bairro de Santo Amaro. E a festa vai durar todo o mês de julho!!! Realizaremos diversos eventos culturais, dentre eles apresentações musicais e exposições entre outros.

Fique de olho na programação e participe!

Nas segundas-feiras (30 de junho, 07, 14 e 21 de julho) – MISTER MAU MAU, o bom do Forró

Nas terças-feiras (01, 08, 15 e 22 de julho) – BETO MORENO (MPB)

Nas quartas-feiras (02, 09, 16 e 23 de julho) – JOÃO MORENO & CRISTIANO (sertanejo)

Nas quintas-feiras (03, 10, 17 e 24 de julho) – MERA COINCIDÊNCIA (pagode)

Nas sextas-feiras (04, 11, 18 e 25 de julho) – THE JEFF’S (internacional)

Dia 03 de julho (quinta-feira) – vernissage e apresentação do grupo Retrato (“chorinho”)
Dias 03 de julho a 02 de agosto – exposição Estação Arte, em que 40 artistas apresentarão seus trabalhos

Dia 04 de julho (sexta-feira) – lançamento do Nosso Santo Amaro, boletim da Associação Santo Amaro em Ação

Dia 12 de julho (sábado) – campeonato de Xadrez

terça-feira, 1 de julho de 2008

Autoritarismo do Metrô de São Paulo

Gostaríamos de comunicar ao Srs. fatos que estão afligindo a comunidade de Santo Amaro, região da Avenida Adolfo Pinheiro, Nesta Capital, bem como daqueles que aqui se beneficiam dos diversos serviços oferecidos.
A fim de esclarecê-los, passaremos a um breve relato dos últimos acontecimentos.
Em 3 de abril de 2008, foi assinado decreto expropriatório de área correspondente a 40 mil metros quadrados nos quarteirões compreendidos na Av. Adolfo Pinheiro entre as Rua Isabel Schmidt, Antônio Bento e São Benedito.
Dias após, a população ficou sabendo da existência do decreto pelo Jornal Estado de São Paulo, ocasião em que várias pessoas fizeram tentativas de obter informações sobre as áreas que seriam atingidas, inclusive se dirigindo à sede do Metrô. Contudo, nada sabiam esclarecer, se limitando a dizer que deveriam ler o decreto e que no mais nada podemos informar.
Em audiência pública realizada pelo Metrô, no Instituto de Engenharia, uma semana após a publicação do decreto expropriatório, foi perguntado se a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro seria desapropriada e a resposta foi não.
Ocorre que o Metrô não sabia da existência do ambulatório que atende a média de 50 mil pacientes por mês e que faz parte da área a ser desapropriada. Apenas após a imprensa, deputados e vereadores manifestarem a indignação quanto à falta de diálogo, a empresa passou a dar respostas parciais, sempre como “CONFORME O DECRETO”, “ESTAMOS LEVANDO EM CONTA A DEMANDA”, “NADA PODE SER MUDADO” e assim por diante.
A Empresa dos Metropolitanos também não sabia que em tal decreto estavam desapropriando Agência dos Correios e Telégrafos, que pertence A UNIÃO; Santa Casa que é de utilidade pública; Serviço Social da Prefeitura de São Paulo que atende em média 500 pessoas ao dia; Organização Santa Lucia que faz o acompanhamento de população de rua e atende a média de 30 pessoas dia; organização Rotary Club que atende 50 pessoas por dia; o Conselho Tutelar que atende em média 100 pessoas dia. São todos órgãos de imensa importância social, além de agências bancárias, escolas, clínicas médicas, supermercado entre outros estabelecimentos.
Não menos importante é esclarecer que o Metrô, mesmo após a publicação do decreto expropriatório, não fez qualquer estudo de impacto social ou ambiental. Apenas agora, nos últimos dias e após tantas denúncias, iniciaram os estudos, mas sempre de forma que melhor atendam os interesses deles.

Do Projeto Original
Após este breve histórico, esclarecemos que, até janeiro de 2008, havia um projeto para a construção da Estação Paulo Eiró, que fica a apenas 100 metros da Galeria Adolfo Pinheiro e da área afetada pelo Decreto expropriatório.
Naquele local, existe hoje um terreno da Eletropaulo, onde funciona um galpão emprestado a uma igreja evangélica que o utiliza como depósito, um depósito de material quebrado da prefeitura e uma praça totalmente deteriorada.
Inexplicavelmente, em janeiro de 2008, a estação Paulo Eiró deixou de existir nos mapas de ampliação da Linha 5 - Lilás do Metrô e passaram a existir outras duas estações, a Adolfo Pinheiro e Alto da Boa Vista.
Ocorre que a Estação Adolfo Pinheiro fica a apenas 600 metros da estação Largo Treze, já em atividade, e a estação Alto da Boa Vista ficará apenas 500 metros adiante. Por quê?
Tentam justificar a alteração da estação Paulo Eiró para a estação Adolfo Pinheiro, pois, segundo eles, estará mais próximo da Santa Casa e do hospital Santa Marta.
O Hospital Santa Marta foi desativado no dia 31 de maio de 2008 e o Metrô não sabia disso. A Companhia dos Metropolitanos também não sabia que estava desapropriando o ambulatório da Santa Casa, que atende hoje cerca de 50 mil pessoas por mês.
Para a construção da estação Paulo Eiró, seriam desapropriados poucos imóveis, a grande maioria, se não todos, estão sem utilização. Já para a estação Adolfo Pinheiro, serão desapropriados 147 imóveis no principal e mais ativo centro comercial de Santo Amaro.
A companhia, por falta de um estudo sério, não sabia quem e o que estava instalado nesta região, as pessoas que necessitam de atendimento médico não foram levadas em consideração, os milhares de postos de trabalho que poderão deixar de existir, os impostos que os comerciantes e empresas aqui instaladas deixarão de pagar, a parte viva de Santo Amaro que deixará de existir.
Economicamente não pensaram que, com o projeto anterior (Estação Paulo Eiró), o Estado deixaria de gastar 90 milhões previstos para o pagamento das indenizações, sem se considerar as indenizações com fundo de comércio de 147 imóveis comerciais.

Quanto ao valor gasto:
Não serão só os R$ 90 milhões, como foi anunciado pelo Metrô, os gastos com as desapropriações para a implantação da estação Adolfo Pinheiro, extensão da Linha 5 – Lilás. Este valor deverá triplicar, já que a Companhia do Metropolitano de São Paulo não está considerando os prejuízos que serão causados aos comerciantes com relação ao fundo de comércio. Além disso, os valores que estão sendo considerados pelo Metrô não levam em conta, nem mesmo de forma aproximada, os valores reais de mercado, já que os valores atuais das áreas são bem superiores aos oferecidos pelo Metrô conforme se pode observar em várias escrituras de imóveis comprados há pouco tempo.
O Metrô não está interessado em economizar - o dinheiro não lhe pertence – e se utiliza do desespero da população paulistana nos enormes congestionamentos da cidade para gastar os recursos públicos sem qualquer responsabilidade.
A sociedade precisa urgentemente de transporte público, mas necessita também que o dinheiro seja usado com sensatez e responsabilidade. Vamos economizar em atos que visam somente ao interesse de alguns, não vamos investir em uma obra eleitoreira como foi a 1ª fase da linha Lilás do metrô que liga o nada a lugar nenhum. Vamos utilizar os recursos que poderiam sobrar com a mudança do local da estação em mais uma ou duas paradas do metrô.
A decisão sobre como gastar o dinheiro público deveria ser tomada visando sempre ao bem da sociedade, mas o que constatamos é que, mais uma vez em ano eleitoral, saem anunciando obras e mais obras que sejam do agrado deles próprios.
Segue, em anexo, a relação dos valores do Fundo do Comércio, estimada pelos próprios comerciantes da região a ser atingida pelas desapropriações, anunciadas como necessárias para a implantação da estação Adolfo Pinheiro. A tabela comprovará as alegações acima.
São valores aproximados de futuras ações pleiteando o direito ao Fundo de Comércio. Valores que, repito, aumentarão os custos das desapropriações, da obra e, conseqüentemente elevarão os gastos do dinheiro público.
Na tabela anexada constam apenas os valores de alguns comércios da região. Não estão computados nela os prejuízos de escolas, clínicas médicas, escritórios de advocacia e de contabilidade, médicos e dentistas além de representações de vendas e empresa de telemarketing. Muitos estabelecidos há mais de cinco anos no local, outros tantos há mais de décadas.
Ainda, conforme plantas e fotos da quadra vizinha, também em anexo, podemos constatar que o prejuízo seria muito menor caso a nossa proposta de mudança do local da construção da estação, ou melhor, manutenção do antigo projeto, fosse acatada.

Da desapropriação de área Federal
Dentre os imóveis a serem desapropriados, está um agência dos Correios, sendo certo que o imóvel também é de propriedade do mesmo. Ou seja, o Estado está desapropriando a União, mais uma vez sem que o Metrô soubesse.

Quanto ao impacto cultural
PRESERVAÇAO DA GALERIA BORBA GATO

Baseado na CONSTITUIÇAO DO ESTADO DE SÃO PAULO artigo 260,constituem patrimônio cultural estadual os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade nos quais se incluem:
I- as formas de expressão;
II- As criações cientificas, artísticas e tecnológicas;
III- As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
IV- Conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cientifico.

Artigo 261 diz: “O Poder Púbico pesquisará, identificará, protegerá e valorizará o patrimônio cultural paulista, através do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turismo do Estado de São Paulo CONDEPHAAT, na forma da lei estabelecer”.
A Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiro vem solicitar que a Galeria Borba Gato seja preservada e protegida pelo Estado. A Galeria é um lugar que faz parte da história de Santo Amaro, como exemplo de modelo arquitetônico trazido pelos imigrantes estrangeiros instalados na região, bem como pela Galeria de Xadrez Borba Gato, o clube que reúne até hoje os amantes desse esporte e foi fundada na década de 60. São dezenas de xadrezistas, adultos e crianças que ocupam o espaço dos corredores para praticarem suas estratégias.
A importância da Galeria foi consolidada em 10 de março de 1980 quando, em comemoração ao 15º aniversário, ela recebeu como presente da Empresa dos Correios e Telégrafos o SELO alusivo XADREZ POSTAL. Usou-se um carimbo comemorativo especial, desenhado por Rui Arco e Flexa.
A Galeria Borba Gato é ponto de referência cultural até os dias atuais. Na região a sua inauguração foi festejada. Podemos considerar que, para a época, foi a chegada da modernidade, já que não existiam shoppings na cidade e o primeiro, o Iguatemi, só foi inaugurado anos após.
Com a Galeria veio para a comunidade o cinema Bruni. O cinema atraía pessoas de toda a zona sul por sua elegância, suas poltronas almofadadas e sem dúvida alguma pela “paquera” dos jovens que se reuniam nos cafés e pelas senhoras que usufruíam as casas de chá.
Um novo conceito de comércio havia sido introduzido em Santo Amaro. Era um tempo em que ainda passava o bonde Santo Amaro – Praça João Mendes pela Av. Adolfo Pinheiro. Ele só foi desativado em 1968, com a promessa de que viria para a região um transporte mais moderno, o metrô, que teria na região Sul a primeira linha da cidade de São Paulo.
O metrô não veio, mas a Galeria continuou como um centro de compras e de negócios renomado na região sul.
Atualmente nossa galeria continua preservada e respeitada pelos moradores e freqüentadores da região. Prova disso é que não se vê ocorrências policiais, vandalismo ou qualquer outro ato que demonstre desrespeito às pessoas e à propriedade. Temos uma história de sucesso que foi iniciada pela boutique Paris-Roma, primeira loja a ser montada no local. Hoje os 98 espaços continuam ocupados e muitas destas lojas continuam fazendo a história da galeria até hoje, como a papelaria Alcântara, cujo dono está na local há 41 anos; a Pastelaria Hong Kong, com 43 anos; o Instituto de Beleza Flôr de Lis, também com 43 anos; a ótica Boavista, com 40 anos; e a boutique Liége, com 38. O primeiro cinema hoje serve como sede da Igreja Missão e Paz, e anfiteatro para reuniões, com capacidade para 750 espectadores.
Santo Amaro já perdeu muito de sua identidade. Não podemos permitir que se perca mais atitude contra nossa memória.
Solicitamos que a OAB, que sempre esteve ao lado da população ao defender-nos contra atos abusivos, abrace essa causa e nos proteja de mais uma ação que só prejudica a sociedade. Nós sempre pedimos a vinda do Metrô, desde 1968, queremos o Metrô, precisamos do Metrô, mas de forma que não venha ferir a dignidade da população.


Das tentativas de negociação
Apesar das diversas irregularidades aqui demonstradas e das diversas outras que facilmente serão verificadas, a Associação, assim como os demais comerciantes da região, tentam, desde o momento em que souberam da desapropriação no início de abril de 2008, manter contato com o Metrô, procurar informações acerca das justificativas deles quanto à alteração do projeto, dentre outras. Contudo, a Companhia dos Metropolitanos se recusa a manter qualquer diálogo.
Apenas em 03.06.2008, após a realização de Audiência Pública na Assembléia Legislativa é que foi acordada a formação de uma comissão para que sejam discutidos os assuntos relativos ao tema.

Das justificativas do Metrô
A fim de tentar justificar a alteração do projeto e a necessidade de utilização de área tão grande quanto a atingida pelas desapropriações, o Metrô alega que:
- Haverá a necessidade de desvio dos ônibus que passam pela Av. Adolfo Pinheiro, e, considerando que tratam-se de ônibus bi-articulados, não há possibilidade de desviarem pelas ruas próximas.
Mentira: Hoje, sem que haja qualquer obra na região, este tipo de ônibus transita pelas Ruas Isabel Schimith, São Benedito, padre José de Anchieta;

- Em razão da impossibilidade de trafego de ônibus bi-articulados nas ruas próximas, haverá a necessidade de desapropriação dos prédios para que seja feito um desvio.
Mentira: há a possibilidade de os ônibus serem desviados, se fosse o caso, para além das ruas próximas. Há também a possibilidade de desvio pela Av. João Dias, que fica próxima à Avenida Adolfo Pinheiro e, por contar com corredores de ônibus, poderá acolher todo o trafego da Av. Adolfo Pinheiro;

- Não poderiam construir a Estação Paulo Eiró, pois ficaria muito longe e não haveria demanda.
Mentira: Quem deixaria de utilizar o metrô, transporte limpo e rápido, por ter que caminhar 100 metros?
Também não foi levado em consideração que, até final de 2007/início de 2008, a estação Santo Amaro não funcionava aos domingos e feriados e encerrava suas atividade às 20hs, por falta de demanda.

Alegam que há a necessidade da construção de três estações próximas em razão da demanda do local.
MENTIRA: Como acima informado, o metrô, nesta região, sequer funcionava diariamente por falta de demanda.
Pior, a Companhia dos Metropolitanos esqueceu de esclarecer que, no local onde será construída a estação Alto da Boa Vista, há escasso comércio. Apenas nas avenidas Adolfo Pinheiro e Santo Amaro esta atividade é intensa, já que as ruas adjacentes são áreas residenciais, com baixa densidade demográfica;

- Alegam que, se não utilizarem os 40 mil metros quadrados pretendidos, não conseguiriam fazer as obras.
Mentira: Nenhuma das estações construídas até os dias atuais, à exceção da estação Barra Funda, que conta com terminal de ônibus municipal e intermunicipal, Terminal Rodoviário e integração com os trens da CPTM, utilizou área tão grande como a pretendida pelo Metrô;

Não sabem informar o que será feito com a área após o término das construções, valendo lembrar que todos estes transtornos estão sendo causados para a construção de CANTEIRO DE OBRAS, já que as estações propriamente ditas serão instaladas nas Ruas São Benedito e Adolfo Pinheiro, e não em todo os quarteirões.

- A Companhia do Metropolitano alega que houve a necessidade da alteração da estação Paulo Eiró para as estações Adolfo Pinheiro e Alto da Boa Vista, já que elas estariam próximas da área mais comercialmente ativas de Santo Amaro, o que proporcionaria a facilidade aos usuários para se dirigirem ao comércio local.
Mentira: A área mais comercialmente ativa de Santo Amaro está localizada no Largo Treze de Maio, onde já existe a estação Largo Treze.

Ou seja, até o presente momento, não houve qualquer justificativa plausível para a alteração de um projeto já existente, tampouco para a elevação dos valores que serão gastos com as construções, tampouco para a alteração no projeto de uma para duas estações de metrô, em uma área sem a demanda que a justifique.